A
figura de Agostinho Pessoa Duarte é uma presença obrigatória nos lugares de
maior destaque da história do basquetebol do Sport Algés e Dafundo. Mais
conhecido por “Zé Nito”, desempenhou as funções de jogador, treinador e
dirigente do clube e granjeou a simpatia e a amizade de todos.
A
sua história inicial até entrar no basquetebol não difere muito de muitas
outras que aconteceram no basquetebol do SAD. Deste muito novo viveu em Algés,
na Av. da República, sendo o clube o seu local de encontro e de convívio com os
amigos.
Começou
por se dedicar à Natação, sob a orientação do Sr. Patrone, começando depois a
praticar o basquetebol. Mais tarde, perante as solicitações que foram
aumentando nessas modalidades, foi obrigado a fazer uma escolha, optando pela
sua modalidade preferida, o Basquetebol, que, nessa altura, já tinha deixado nele
marcas suficientes para facilitar uma decisão.
O
seu percurso como jogador de basquetebol inicia-se aos 18 anos, directamente na
equipa de seniores e logo na 1ª categoria.
(Os
Sports, 25 Fevereiro 1944)
De
acordo com as informações que nos prestou, o seu primeiro treinador foi José
Dias Pereira (Dias Pereira pai, usando as suas palavras) e foi dele que recebeu
os primeiros ensinamentos.
A
sua carreira como jogador prolongou-se durante 16 anos, até à época de 60/61,
quando abandonou a prática da modalidade.
O
reconhecimento do clube e da Secção de Basquetebol foi manifestado atribuindo o
seu nome a um troféu (prémio Pessoa Duarte), a entregar ao vencedor do Torneio
de Lances-Livres organizado pelo Algés no seu 45º aniversário (19 de junho de
1960).
Mas
não menos relevante e significativa foi a homenagem que os seus companheiros de
equipa quiseram prestar-lhe, numa cerimónia que ocorreu no campo da Rua de
Olivença, naturalmente após um jogo de basquetebol.
(o
agradecimento de Zé Nito à homenagem dos seus companheiros de equipa)
Não
será de estranhar a realização desta homenagem pois, tal como Zé Nito nos
referiu, “existia uma grande amizade
entre todos os membros da equipa e um forte espírito de grupo, que se estendia mesmo
aos jogadores das restantes categorias”.
Começou
então a exercer uma nova função no basquetebol do Algés. A convite da Secção de
Basquetebol, deu início a uma importante carreira de treinador, para assim “poder expressar o seu amor e a sua paixão
pelo Basquetebol e pelo SAD” (palavras suas).
Este
amor e esta paixão pelo clube foram suficientemente fortes para o fazerem
recusar convites aliciantes para o exercício da função de treinador noutros
clubes (pelo menos, em função do que sabemos, aquele que lhe foi feito pelo
Casa Pia), com propostas financeiras de valor já significativo para aquela
altura, sobretudo quando comparadas com a atitude totalmente benévola que
caracterizava a situação dos treinadores de basquetebol do Algés, nesses
tempos. É isso que mostra uma passagem de um texto publicado no Boletim do SAD,
que refere esta situação de modo elogioso.
(Boletim
SAD, Janeiro de 1962).
Na
sua carreira de treinador é obrigatório e de toda a justiça realçar o papel
decisivo que desempenhou no lançamento e na consolidação do basquetebol
feminino do Algés.
Depois
das actividades entusiásticas de 1938, mas que foram pontuais e revelaram
não ter continuidade, foi sob a sua orientação que surgiu uma equipa feminina
no clube, no único escalão então existente: o de seniores. Estávamos então no
ano de 1964.
A
partir desta data o basquetebol feminino no clube nunca mais deixou de marcar
presença, vivendo nesse caminho, como todos sabemos, momentos de elevado
destaque no panorama nacional.
(a primeira equipa de seniores femininos do Algés, ano de
1964)
Como
treinador de seniores femininos, Zé Nito viu reconhecida a qualidade do seu
trabalho ao ser convidado pela ABL para dirigir uma selecção de Lisboa e de
Setúbal que jogou com a fortíssima selecção do Brasil.
(Mundo
Desportivo, 1 novembro 1965)
É
muito fruto da sua dedicação que a equipa feminina do Algés desenvolve a sua
actividade durante estes anos iniciais, com um núcleo de jogadoras que se
mantém coeso (nos anos 60 só havia um escalão de seniores), facto que é
reconhecido pelo clube e lhe permite conquistar a admiração de todos.
Mas
não foi só com as equipas femininas que Zé Nito exerceu a função de treinador.
As equipas jovens masculinas do Algés, dos infantis aos juniores, sobretudo nos
anos 60, beneficiaram também da sua presença dedicada e dos seus conhecimentos,
contribuindo assim para a formação de muitos jogadores.
(equipa de juniores masculinos do Algés, em 63/64)
A
colaboração de "Zé Nito" com o basquetebol do clube não terminava por aqui. Primeiro em
simultâneo com a função de treinador, depois com dedicação exclusiva, Agostinho Pessoa Duarte
foi ainda dirigente do clube, nomeadamente como seccionista do Basquetebol,
acompanhando várias equipas do Algés, contribuindo, na sombra, para que as
condições de preparação fossem melhorando.
Em
curtas palavras é esta a história de uma das figuras relevantes do basquetebol
do Algés, figura por quem todos os que com ele conviveram, e felizmente ainda convivem,
sentem uma profunda amizade e admiração.
Sem comentários:
Enviar um comentário