quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Agostinho Pessoa Duarte


A figura de Agostinho Pessoa Duarte é uma presença obrigatória nos lugares de maior destaque da história do basquetebol do Sport Algés e Dafundo. Mais conhecido por “Zé Nito”, desempenhou as funções de jogador, treinador e dirigente do clube e granjeou a simpatia e a amizade de todos.
A sua história inicial até entrar no basquetebol não difere muito de muitas outras que aconteceram no basquetebol do SAD. Deste muito novo viveu em Algés, na Av. da República, sendo o clube o seu local de encontro e de convívio com os amigos.
Começou por se dedicar à Natação, sob a orientação do Sr. Patrone, começando depois a praticar o basquetebol. Mais tarde, perante as solicitações que foram aumentando nessas modalidades, foi obrigado a fazer uma escolha, optando pela sua modalidade preferida, o Basquetebol, que, nessa altura, já tinha deixado nele marcas suficientes para facilitar uma decisão.

O seu percurso como jogador de basquetebol inicia-se aos 18 anos, directamente na equipa de seniores e logo na 1ª categoria.

(Os Sports, 25 Fevereiro 1944)

 
De acordo com as informações que nos prestou, o seu primeiro treinador foi José Dias Pereira (Dias Pereira pai, usando as suas palavras) e foi dele que recebeu os primeiros ensinamentos.
A sua carreira como jogador prolongou-se durante 16 anos, até à época de 60/61, quando abandonou a prática da modalidade.
O reconhecimento do clube e da Secção de Basquetebol foi manifestado atribuindo o seu nome a um troféu (prémio Pessoa Duarte), a entregar ao vencedor do Torneio de Lances-Livres organizado pelo Algés no seu 45º aniversário (19 de junho de 1960).
Mas não menos relevante e significativa foi a homenagem que os seus companheiros de equipa quiseram prestar-lhe, numa cerimónia que ocorreu no campo da Rua de Olivença, naturalmente após um jogo de basquetebol.


(participantes na festa de despedida de Zé Nito como jogador)


(o agradecimento de Zé Nito à homenagem dos seus companheiros de equipa)

 
Não será de estranhar a realização desta homenagem pois, tal como Zé Nito nos referiu, “existia uma grande amizade entre todos os membros da equipa e um forte espírito de grupo, que se estendia mesmo aos jogadores das restantes categorias”.

 ---------------------------------------------  XX  ----------------------------------------------

Começou então a exercer uma nova função no basquetebol do Algés. A convite da Secção de Basquetebol, deu início a uma importante carreira de treinador, para assim “poder expressar o seu amor e a sua paixão pelo Basquetebol e pelo SAD” (palavras suas).
Este amor e esta paixão pelo clube foram suficientemente fortes para o fazerem recusar convites aliciantes para o exercício da função de treinador noutros clubes (pelo menos, em função do que sabemos, aquele que lhe foi feito pelo Casa Pia), com propostas financeiras de valor já significativo para aquela altura, sobretudo quando comparadas com a atitude totalmente benévola que caracterizava a situação dos treinadores de basquetebol do Algés, nesses tempos. É isso que mostra uma passagem de um texto publicado no Boletim do SAD, que refere esta situação de modo elogioso.


(Boletim SAD, Janeiro de 1962).

 

Na sua carreira de treinador é obrigatório e de toda a justiça realçar o papel decisivo que desempenhou no lançamento e na consolidação do basquetebol feminino do Algés.
Depois das actividades entusiásticas de 1938, mas que foram pontuais e revelaram não ter continuidade, foi sob a sua orientação que surgiu uma equipa feminina no clube, no único escalão então existente: o de seniores. Estávamos então no ano de 1964.
A partir desta data o basquetebol feminino no clube nunca mais deixou de marcar presença, vivendo nesse caminho, como todos sabemos, momentos de elevado destaque no panorama nacional.


(a primeira equipa de seniores femininos do Algés, ano de 1964)

 
Como treinador de seniores femininos, Zé Nito viu reconhecida a qualidade do seu trabalho ao ser convidado pela ABL para dirigir uma selecção de Lisboa e de Setúbal que jogou com a fortíssima selecção do Brasil.


 
(Mundo Desportivo, 1 novembro 1965)

 
É muito fruto da sua dedicação que a equipa feminina do Algés desenvolve a sua actividade durante estes anos iniciais, com um núcleo de jogadoras que se mantém coeso (nos anos 60 só havia um escalão de seniores), facto que é reconhecido pelo clube e lhe permite conquistar a admiração de todos.

Mas não foi só com as equipas femininas que Zé Nito exerceu a função de treinador. As equipas jovens masculinas do Algés, dos infantis aos juniores, sobretudo nos anos 60, beneficiaram também da sua presença dedicada e dos seus conhecimentos, contribuindo assim para a formação de muitos jogadores.

(equipa de juniores masculinos do Algés, em 63/64)


A colaboração de "Zé Nito" com o basquetebol do clube não terminava por aqui. Primeiro em simultâneo com a função de treinador, depois com dedicação exclusiva, Agostinho Pessoa Duarte foi ainda dirigente do clube, nomeadamente como seccionista do Basquetebol, acompanhando várias equipas do Algés, contribuindo, na sombra, para que as condições de preparação fossem melhorando.

Em curtas palavras é esta a história de uma das figuras relevantes do basquetebol do Algés, figura por quem todos os que com ele conviveram, e felizmente ainda convivem, sentem uma profunda amizade e admiração.

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário